A clareza mnemônica invadiu o espaço praticado e revelou
que a determinação em relação aos nossos desejos,
a forma de agir são fatores para o pertencimento e para a identidade.
E poeticamente ficou a certeza de que a nossa identidade,
nossa vida não é contada a partir de um acúmulo de tarefas
sem condição ou alternativas para mudar a paisagem externa
e o cenário interno sensível dessa nossa arte – viver,
sem mudar o que está dado, posto e colocado,
e para tanto necessitamos de ação – reflexão – ação – reflexão
e consciência de que fazemos parte da história,
pois contamos a história e essa condição de narradores
é fundamental se quisermos transformar o pensamento,
e permitir que a liberdade de “fazer e contar a história“
seja pertinente à todas as nossas ações em busca
de um outra maneira de ver e viver a vida.
A clareza do que somos invadiu a nossa alma,
provocou o pensar sobre nossos sonhos de criança,
muitos deles que se esvaíram na babélica e falsa imagem
do nosso reflexo humano no lago de nossas vaidades.
Nosso olhar abriu a janela e permitiu que o sol clarificador
e acalentador do espírito humano de pensar, querer e julgar,
pudesse identificar que existem comunidades de vida e destino,
existam as comunidades fundidas unicamente por idéias
ou uma variedade de princípios, nesses tempos em que surgem
tarefas intimidadoras de alcançar o impossível, tarefas que não podem
ser realizadas no tempo real, mas que presumimos que podem
ser realizadas na plenitude do tempo, na infinitude,
e muitas vezes o presumível parece tão inverossímil.
A clareza invadiu nossas imagens de crianças projetadas na parede
e do piano os acordes acordaram a nossa alma
e nossa visão mais crítica e cheia de “amorosidade”
de que o desenvolvimento intelectual nasce também na emoção,
num considerar de que o que nós vivemos de forma imediata
pode ser diferenciado do que concebemos no intelecto,
vivemos ali a descoberta, a busca incessante da flutuante
e líquida identidade que alimenta os oceanos,
os continentes, os rios, os lagos, os países, os estados,
as cidades, os bairros, as ruas, as casas, este lugar gerador de um movimento
sinérgico e dinâmico feito uma invenção humana para o bem comum.
A clareza invadiu nossa crítica e nossa percepção,
assim revelou que a educação, a troca de saberes
em total liberdade de ser e compartilhar, compõem
a energia motriz de tantos momentos dessa vida,
inclusive desses vividos numa sexta – feira num Galpão adjetivado
e desejado como de Cultura e Cidadania, numa sala, com porta, janela,
juventude, arte, comunicação, desejo, necessidade e vontade
de contar estas e tantas outras histórias em que todos nós somos
partícipes ativos e ao mesmo tempo narradores dessa busca
contínua de transformação do pensamento.
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