quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Experiências citadinas 1

"A cidade invadiu o deserto"


O discurso e os atos do estado e dos meios de comunicação de massa dispersaram-se no tecido urbano. Ao mesmo tempo conseguimos que a cidade existisse diante das enchentes, deslizamentos.Sim, nos solidarizamos e nos lugares onde um emaranhado de redes e as mensagens de SOS, vindas também de dentro dos rios, das citações dos twitters, e da internet, que se misturaram às ondas das águas de um mesmo rio que percorre outros tantos cantos citadinos, recompomos com projetos de ação –reflexão, numa espécie de sutura e crítica a evidência da falta e do conflito,no sentido de não só ficar num mero descrever, numa crônica ou análises antropo- sociológicas dos liames sociais, mas criar condições para que as informações sejam qualificadas e percorram caminhos de emissão – recepção, a partir das vivências, relatos e ritos do “reunir humano”, para criativamente superar as dificuldades do convívio com a escassez.


Depois que as águas partiram um misto de argila e lama permaneceu, refletimos sobre a necessidade de buscar a aproximação entre os circuitos inferior e superior da economia, e quem sabe numa espécie de antropoíesis sócio -comuncacional captar e difundir o simbólico das iniciativas, nascidas no desejo de ser aquilo que ainda não conseguimos ser sócio – economicamente, empreender,mesmo em condições e meios de produção limitados e adversos, diante da própria desintegração da cidade, ações produtivas para abarcar espaços na conexão consumo – cidadania, no espectro das possibilidades geradas nas cenas multiculturais da metrópole, mesmo assumindo-a como a sede das catástrofes.


Certos da necessidade de formas democráticas, por mais planejamento, mais descentralização, mais estado, numa dinâmica de repensar e estudar as causas e efeitos da expansão da pobreza extrema, a violência incontrolável e a consciência de que modelos e formas de revitalização precisam ser pensados, construídos e realizados com a participação de quem vive a realidade, respeitando toda a “codificação da margem”, à margem de nossa ontogênese fundamentada no entendimento que fazemos do que é desenvolvimento.


O rio voltou a seguir o curso que havíamos determinado, quando perdera sua sinuosidade. Revelado estava mais uma vez, a cidade fragmentada, as manchas, e uma lembrança, em meio à reflexão: “As cidades invisíveis” de Italo Calvino, um diálogo fantástico de Marco Polo com o Imperador do Extremo Oriente. “Cada cidade recebe sua forma do deserto a que se opõe”.

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