Da marinha em Fortaleza a técnico do Bahia no Lapenna
Ceará, Marinha, futebol e São Paulo -
CARLOS - O GIA DO LAPENNA
Eu morava em Fortaleza – Ceará, da escola, eu me lembro de uma professora logo no começo, segundo ano, se ela fizesse uma pergunta e a gente não soubesse, ela batia na nossa mão com uma palmatória (artefato geralmente de madeira formado por um círculo e uma haste) e aquilo doía muito. Depois que que ela me bateu, eu saí de lá, não quis mais voltar, me mandaram voltar, mas eu não ia mais para aquele lugar, aquela mulher era muito ruim, eu não fui mais à escola até arrumarem outra para mim. Existia uma escola da Marinha que era perto de casa, desde criança eu passava em frente, via aquelas criancinhas fardadas, achava bonito e tinha um sonho de estudar ali também. Com 14 anos surgiu a oportunidade de entrar na marinha e minha mãe me inscreveu no Agrumo (Escola da Marinha Almirante Tamandaré). Estudei 4 anos, antes de me formar, lá tinha academia, tinha tudo, era muito bom. Me formei servi por 4 anos. Durante esse tempo, 3 anos eu fiquei viajando, quando eu voltei, eu vi que não conseguia subir de cargo, aí eu decidi dar baixa (deixar de ser militar), saí de Fortaleza para dar baixa no Rio de Janeiro.
Por influência do meu pai, que sempre jogou bola, o futebol sempre me acompanhou, na escola, na Marinha, em Fortaleza e até hoje em São Paulo. Aqui já fui jogador do Lapenna, da empresa Rosset e nos dois times do bairro, depois trabalhei como técnico. Já fui técnico da criançada aqui do Lapenna e atualmente sou técnico do Bahia sempre com algum sucesso.
Me arrependo de não ter estudado, porem estou feliz com a minha família o importante é isso , que também não segui para o caminho errado.
Francisco Carlos de Sousa (Gia), morador do Jardim Lapenna, 58 anos, nos contou essa história num dia tranqüilo, ensolarado de inverno, no Galpão de Cultura e Cidadania...
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