
No comando do SINPEEM, ele está sempre em busca da melhoria da qualidade do ensino, principalmente às questões ligadas a acessibilidade e sobretudo qualificações para os professores e melhores remuneração.
Na entrevista exclusiva cedida para o NCC, Claudio Fonseca fala sobre a escola ideal, índices de educação, orçamento e prioridades do SINPEEM em 2011.
NCC: Muitos professores da rede pública estadual migraram para a municipal, a que o senhor atribui o motivo dessa migração?
Claudio Fonseca: Piora nas condições de trabalho dos educadores da rede estadual, vínculo empregatício precário, carreira com poucos incentivos e mecanismos funcionais para progressão e evolução na carreira, percepção de inexistência de uma política educacional para alcançar objetivos em pequeno, médio e longo prazo. Na rede municipal de ensino, ainda que não tenha ocorrido com o conteúdo pleno que desejamos, negociamos e conseguimos importantes avanços, resultantes das pressões por direitos e em defesa da escola pública de qualidade social. Estes avanços são
plano de carreira organizado por classes distintas e cargos providos por concursos de provas e títulos; realização periódica de concurso público, sempre que houver 5% de cargos vagos; desenvolvimento na carreira através de enquadramento por Evolução Funcional utilizando como critérios o tempo, títulos, e tempo e títulos combinados; revisão da grade remuneratória, incorporando gratificações que valorizaram o padrão de vencimentos dos profissionais de educação ativos e aposentados, conforme negociamos em 2007 e também em 2009; benefícios como vale-refeição, vale-alimentação, gratificação por trabalho noturno; devolução da sala de aula e dos demais espaços das escolas e das reais competências e atribuições aos profissionais de educação, com a mudança na forma e logística para a distribuição do leite, material escolar, uniforme escolar, etc; ampliação da quantidade de vagas para professores, com a expansão da rede física havida nos últimos anos; jornada de trabalho organizada a partir da compreensão de que o trabalho docente não se restringe a regência da classe/aula; remuneração de tempo para planejar, pesquisar,estudar, realizar reunião por área de conhecimento e por disciplina; programas que buscam a melhora do ensino e aprendizagem. Estes fatores acima são, com certeza, diferenciais em relação à rede de ensino estadual que, talvez, justifiquem a referida migração.
NCC: Fazemos um trabalho em escolas públicas aqui de São Miguel Paulista utilizando a educomunicação. No município existe uma política pública voltada à essa ciência: o projeto educom.radio. Esse projeto está na pauta para o orçamento de 2011?
Claudio Fonseca: Com a melhoria da infra-estrutura escolar; formação profissional; mudança curricular e nos conteúdos programáticos. O ideal é transformar as escolas em espaços de satisfação, da transmissão e construção do conhecimento.
Claudio Fonseca: No geral há negligência. A maioria dos governos tem muita facilidade e interesse em construir escolas, mas quase nada em edificar um sistema e política educacional com diretrizes e metas a médio e longo prazo. É por negligenciarem que não possuem política permanente de formação e praticam salários ridículos que mais expulsam do que atraem profissionais para o exercício do magistério.
Claudio Fonseca: Organizar o sistema nacional de educação, fixando os objetivos estratégicos para o país. Organizar os Planos de Educação dos Estados e Municípios com diretrizes e metas a serem alcançadas e controle e participação social sobre os serviços públicos. A valorização dos profissionais da educação, com investimentos maiores para a remuneração e formação é também condição que entendo inquestionável, para assegurar uma escola e educação de qualidade.
Claudio Fonseca: Lutar pela universalização do acesso, permanência e elevação dos indicadores de qualidade da educação em todas as modalidades e etapas; conquistar melhorias nas condições das edificações existentes e nas condições de trabalho dos profissionais de educação; conquistar a organização dos Centros de Formação para os profissionais de educação no âmbito de cada uma das treze Diretorias Regionais de Ensino; aprovação do Plano Municipal de Educação; melhorar os indicadores de saúde dos profissionais de educação, prevenção e segurança no trabalho; valorização profissional e remuneratória.
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