O poeta Antonio Cardoso do Jardim Pantanal, que já escreveu para esse blog faz poesia de nossa conversa sobre tecnologia, rede e cidadania e homenageia, segundo ele, as pessoas do Jardim Lapenna, do EJA do Galpão, mulheres do Ação Família e crianças que participaram da Oficina “Tecendo na Rede”
Oh meu senhor, dona menina
computador a minha sina,
benevolência ver minha história
pelo mundão, vai minha memória.
Nunca pensei em ser artista,
tão pouco ousei estar na mídia,
o meu sertão foi estendido,
mais compreensão para minha vida.
Estar aqui e acolá
vai meu cordel a minha cria
minha poesia navegar
nas asas da tecnologia.
Quando nasci em Garanhuns
havia jeito só para alguns.
mas cangaceiros – justiceiros
cabras heróicos brasileiros
faziam a distribuição de renda
a repartir partes dos inteiros
dos coronés que usavam venda
e só enxergavam seus herdeiros.
Mas quando vim para essa cidade
Num pau de arara com coragem.
A princípio foi só infelicidade
do rio para mim sobrou a margem.
Hoje o sofrimento é só memória
tenho acesso a tantos pontos
já me reconheço nessa história,
penso e comunico os meu contos,
lidos por Severino, Nildes e Glória
nos mais diversos ecopontos
Mas veja quanta curiosidade,
eu que nasci em Pernambuco
visito às vezes minha cidade
sem pegar ônibus nem avião
utilizo uma outra mobilidade
sei o valor da minha localidade,
mas o desafio me movimenta
sou dessa rede de alteridade,
iniciada pela gente do Lapenna.
Sou falador e escutador,
sei da importância de expressar
o meu olhar reparador
para somar e transformar.
E numa folha de papel
no celular, num www
conectar democracia
utilizar tecnologia
as novas vias
da cidadania.
Postar um comentário