Em 2011 aprendemos que a comunicação é uma língua que se deve aprender
“O ser humano sabe que há outros seres que a ele se assemelham e aos quais poderá comunicar os sentimentos que experimenta, desde que os situe nas circunstâncias às quais deve suas penas e seus prazeres. Assim que ele conhece o que o comoveu, ele pode se exercitar e comover os outros, se estuda a escolha e o emprego dos meios de comunicação. É uma língua que ele deve aprender”.
Jacques Ranciére
A comunicação comunitária e a educomunicação, enquanto conhecimentos e estratégias socioeducativas para integrar e desenvolver consciências de melhor viver junto, nos trouxeram, ao longo de 2011, a percepção da necessidade de reaprendermos a aprender o que as paisagens pós – urbanas e a realidade social de um território insistiam em nos dizer.
Um dos aprendizados é que deveríamos tanto dentro e fora das escolas desenvolver ações educomunicativas que contextualizassem o território a partir de uma abordagem experiencial – habitativa, ou seja, contextualizar e estudar com o público que nos relacionamos a compreensão de que o habitar é mais que um residir e um estar, remonta a relacionar-se, a comunicar.
Também aprendemos a necessidade de levar em consideração a relação do lugar com as mídias que adviessem, nascessem da experimentação do exercício de observação metagoegráfica do ambiente, experimentação essa que contou com a contribuição de educadores e educandos da rede pública e estudiosos sobre a urbe, estes últimos colaboradores de nossas ações comunicacionais enquanto orientadores - participantes dos produtos comunicacionais compartilhados também na Internet e nos veículos de comunicação comunitária.
Sim, a produção de conhecimento nascida das provocações voltadas para o letramento e a captação de histórias de vida dos moradores sobre suas infâncias, seus olhares e seus desejos, em meio à necessidade de bem viver junto, foi vivida por nosso Núcleo e, pa
ra tanto, tornamo-nos, de certa forma, uma espécie de aedos e / ou rapsodos contemporâneos da comunicação local, somado ao registro das atitudes e ações de mobilização de coletivos e lideranças comunitárias de pensar a cidade. Esses foram os elementos e fatores que nos levaram ainda mais à uma prática de estudarmos modos de provocar estímulos emancipatórios dessas pessoas de São Miguel Paulista, as quais nos relacionamos arte – educativa e comunicacionalmente.
Caminhamos mais nessa trajetória de compreensão da importância de difundir a visão e leitura dos educadores, educandos e pessoas da comunidade sobre da relação do lugar com o mundo, o que reforçou nossa convicção de estimular o trânsito desses atores no espaço estendido onde atuamos, seja físico, virtual ou nas espacialidades eletrônicas, sendo que sobre estas últimas temos muito a aprender.
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