quarta-feira, 25 de abril de 2012

Crônica Atópica
                                                                                                             José Luiz Adeve (Cometa)

Viver entre a garoa que exige a blusa
e o céu azul ensolarado que nos aquece.
Percorrer os caminhos da urbe pelos trilhos,
ruas, vilas, vielas, seja em Istambul ou em São Paulo.
Avistar o helicóptero que navega entre as últimas nuvens
prateadas do frio outonal de ontem,
viver entre os invisíveis e desconsiderar a notoriedade, 
mas estar dentro das histórias, das trajetórias ou ter a sensação disso.

Entrelaçar narrativas gestuais,
os olhos cerrados do senhor sentado
em repouso no trem, entre destinos.
As mãos do operário sobre o capacete
utilizado na obra da nova estação
e o relógio de um outro senhor
a marcar o tempo de nossas sombras,
que passam a ser autônomas
diante dos segurnças ferroviários agitados
pela suspeita de comércio de guloseimas.

Na composição que se torna atópica
em sentidos que se deslocam para além do trem
e com um celular a pós - poesia,
crônica dessa megaleletrônica cidade
interage e itnerativamente
pode ser ouvida, lida, vista
e, intermidiaticamente interferida,
acrescida, parceirizada em tantos outros não - lugares,
com suas respectvas mídias locativas,
com a musicalização das cenas,
os pontos geográficos, as feições,
exrpessões de seres humanos,
também de inanimados animados
pela tecno - metassensibilidade,
com ou sem estratégias de ocultar ou mostrar,
os instrumentos comunicacionais que se tornam interativos,
na constatação de que se está dentro e fora do trem,
dentro e fora da gente, numa quase psicastenia
com o lápis e mão - unos - um só,
janela - ombro - vidro
sem distinção do que é animado
e do que é inanimado,
a ponto de tropeçar,
enquanto colhe com olhos híbridos
de câmera  - humana, tecno - humano,
o papel de bala,
o chiclete grudado,
a formiga cortadeira,
passgeira deslocada no espaço geográfico
por uma sacola com verduras,
verduras vinda da horta da Mâe Preta da Vila Curuçá,
que no facebook
está ao fundo da imagem
que tem a Dona Ana em sua quitanda,
onde outros micro - organismos
podem ser focados, ou em desfoques consentidos,
a compor um serpentear imágico - espacial,
do quadro que se mistura projetado na parede de rua,
na cortina da sala de aula,
na tela - teia, tida e havida
do tablet, tablete de chocolate
que o camelô vende agora,
no trem quase vazio com a sinalização
do display do vagão, 
a marcar a hora de 25 de abril de 2012,
mas também nesse caderno
escrito com lápis - mão,
uma mão - lápis,
em tantas outras dimensões,
num perpassar pelas multidimensionalidades.

Acomodadas em seus bancos  
pessoas cochilam nos assentos coloridos,  
com designe fractualizado que remete
em parceria com os raios de sol
a fechar os olhos
e se reconfortar em halos,
quando o sol incide 
sobre os olhos cerrados,
fazendo com que se abram
e permitam a entrada de luz e calor
pelo chacara mental, assim vejo o enunciado
da revista sobre um Gurú,
a propiciar equilíbrio tão pretendido
por este meta - narrador,
nessa manhã de outono
e de sensações atópicas
a partir desse deslocamento pela cidade.  

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