segunda-feira, 14 de maio de 2012
Percepções, sonhos e desejos de mudanças
Percebemos diante da exaltação e fortalecimento
dos falsos heroísmos políticos nos territórios de alta vulnerabilidade social,
ocorrer uma desvalorização da necessidade de emergir movimentos da vida
cotidiana compostos por pessoas comuns, por aqueles que não tem nem o status
semiológico e nem tão pouco são reconhecidos como integrantes de processos políticos,
artísticos ou intelectuais.
Na cidade formam-se coletividades afetivas que,
apesar de transitórias, dão origem à sociedades complexas, nas quais as pessoas
se unem “em constelações com limites
fluídos, dispostas a vivenciar sensações de estarem juntas” (Masfesoli 1988).
Sentimos a necessidade de uma nova experiência
civilizatória, nascida no conviver e construir uma cidade, cidades, locais
pontos, micro – territórios, onde seja possível viver o reencantamento da
juventude que não seja por alguns instantes, numa coletivização de atitudes de
habitar para uma “oikonomia” que não gere desigualdade, o que para tanto exige
um esforço de desadaptação do que temos como valor criativo, além de uma certa
descontinuidade simbólica, transformando e transvalorando o habitar e o como
viver.
“Sacamos”, como humanos e pós humanos, que
derrapamos em nosso propósito de boa sociedade, fundamentada na visão
iluminista desenvolvida no interior da modernidade ocidental (Featherstone – O desmanche da Cultura).
Com a consequente expansão do capitalismo industrial, o desenvolvimento da
tecnologia social e a cultura do consumo, pressupunha-se que esse projeto tinha
superioridade e, que todos nós reconhecíamos sua superioridade e
universalidade: nosso sonho de razão. (Featherstone
– O desmanche da Cultura). Todos, seguimos o modelo com os pressupostos
dessa visão, porém alimentamos uma forma de viver junto insustentável.
Pululam em meio a uma retroalimentação de um
sistema aparentemente, só aparentemente, inabalável com evidentes sinais de
anomalia e quiasmas sociais, ações e movimentos que manifestam uma mudança
essencial das dimensões econômica, ambiental, cultural, política, estética e
ética a buscar novas formas de habitar, novas formas comunicativas, de
“relacionar –se”, para ressignificar a
experiência civilizatória.
José Luiz Adeve (Cometa)
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