Geografia da Alma
Percorrer as vias, veias e artérias de uma rede composta pelos humores sociais,
ora aceitando o estranho, ora sendo o estrangeiro,
levando em conta o enigma no cerne das coisas,
feito um flâneur, envolvendo corpo e alma,
nas ações de cuidado com o todo,
na efervescência das ruas,
nos murmúrios e gritos no trem,
a esbarrar efetivamente no ameaçador,
nas efervescências das emoções e paixões,
entre o irreal da miséria e o imaginário
da concretude transformadora.
Nos escritos, ditos e nos contos
a vida vivida, a pessoa, o outro,
estou próximo de uma libido sciendi,
na potência de um Eros - Faber,
ao mesmo tempo de um Eros - ludens,
nas atrações e rejeições dos coletivos orgânicos,
em escolas, pontos, disposto a dar conta,
com um olhar palpitante, sinto o corpo integrado
a tanta intensidade também integrada a textura essencial
do vínculo social.
E, em meio as nuances de estar presente
nas manchas da cidade com seus odores,
ou nos gabinetes aromatizados
pela permanência das fragâncias artificias,
assim como os vapores do rio fétido
a interromper afagos sensuais,
capto as narrativas dos corpos
individuais ou coletivos,
percebo então a importância
do governo dos espíritos pelo político,
pois é o imaginário a matriz de todo estar junto,
está na alma do mundo,
na imprevisibilidade,
no imponderável...
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