No recente encontro de colaboradores da Google com Sr. Laércio, organizador de um ambiente com livros evidenciou-se que as coletividades territoriais, também podem encontrar na internet, assim como em pontos geográficos, os meios de reforçar os seus laços locais e, com certeza, aumentar a freqüência de seus encontros reais, o que também me traz cenas de ações comunicacionais no território, sons e imagens construídos por citadinos, que passam a entender o direito à comunicação, numa dinâmica educativa de aprender e ensinar.
Caminho agora pela rua Salvador de Medeiros. Penso e também imagino que o Ponto de Leitura do Jd. Lapenna, por exemplo, integra uma rede para “dialogizar” a ação da leitura em metamemorizações com uma produção de sentidos cognitivos do que se lê, do que se vive, do que se conta sobre o que se vive, amplificando a voz e o alcance dos sujeitos dispostos a ler e contar o lido, além de difundir as lidas, para outras pessoas do mundo, projetando a localização geográfica, a partir desse Ponto, na navegação dos bens simbólicos pela internet, num espaço entendido como espaço estendido com tantos outros pontos.
Tanto no Sebo do Sr. Laércio, um senhor septuagenário com suas histórias e elementos cartográficos, ex – professor universitário, sua organização e distribuição de livros pelo espaço georreferenciado em São Miguel Paulista, um ponto dessa trama infinita da leitura, como também as histórias colhidas no território do Jardim Lapenna em ações artístico – comunicacionais, mais os estímulos de um Ponto de Leitura à uma verdadeira “comunidade de sentidos”, potencializam a consideração da cultura como um conjunto de conhecimentos, crenças, representações e práticas de um ser coletivizado.
Claro que existe uma aceleração tecno – científica na humanidade e uma mecânica quase mística de uma revolução cultural provocada pela teleinformática, porém a possibilidade de entrelaçar os pontos relacionais territoriais com os pontos no espaço estendido, nasce, renasce, re - re - renasce e, nessa dimensão, a autopoíesis - a capacidade dos seres vivos de produzirem a si próprios – está presente em uma rede de alteridades, onde inserida também está essa reflexão, a qual também conta em sua composição com este Galpão de Cultura e Cidadania, o qual adentro nesse momento, pertencente a um mundo em constante transformação, no qual o conhecimento científico, as tecnologias e toda a subjetividade humana possibilitam outros saberes e poderes constituídos, não hegemônicos, na clara evidência de equilíbrio e navegação nas diversas matérias de expressão de um “viver junto e melhor” e, para tanto, é necessário reconhecer uma mediação em que a educação tem papel preponderante.
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