Mais que uma onda, um movimento.
Recado para jovens e adultos
“Alimentação, roupas, jornais, livros, educação, diversão, espetáculos, mídias, meios de transporte, computadores, softwares, serviços de todos os tipos: cada vez que compramos, recompensamos aquilo que nos parece ir na boa direção. Mas estamos bem conscientes da importância dessas escolhas? Na maior parte do tempo, sejamos honestos, não. No entanto deveríamos todos viver como pilotos da economia em vez de passageiros. O consumo é um ato importante de cidadania planetária. É o que hábeis mercadores entenderam muito bem, cujas publicidades nas camisetas se tornaram emblemas da distinção para os jovens do mundo inteiro. Tentemos compreender esse ato de cidadania planetária ainda melhor que eles, e consumamos, então, a fim de orientar o desenvolvimento humano e não a fim de buscar uma identidade... comprar no espírito de melhorar a qualidade do que é produzido, os vendedores não poderiam fazer nada, além de nos seguir. ”
Pierre Lévy – Trecho do Artigo “O Ciberespaço e a economia da atenção”
(indicação de leitura: As tramas da Rede - Editora Sulina - Org. André Parente)
Não. Não é uma onda passageira, é um movimento inerente à vida. Percebo, ainda mais, a necessidade desse movimento, ao tropeçar, por exemplo, nos resíduos sólidos das ruas do território, no qual faço parte de uma educação em movimento. São atitudes e modos de viver que precisam ser mudados, pois só acentuam, não atenuam, tanto menos erradicam uma produção de resíduos sólidos absurda e violenta.
Mas além do atitudinal da multidão, é necessário mudar os modos de produção industrial de alimentos, eletro-eletrônicos, telecomunicação, como também das fatídicas e agressivas embalagens, dentro de uma dinâmica concebida a partir de uma filosofia econômica do que se entende por desenvolvimento.
Importante antes de tudo, para o bem do planeta, reduzir e trabalhar um consumo consciente, reutilizar o que for possível e reciclar e, creiam, cerca de 40% do que compramos é considerado lixo. Aliás, existe uma lei, chamada Lei do Lixo, que determina e obriga aos fabricantes, importadores, distribuidores e vendedores a recolher, depois de usados pelo consumidor final, agrotóxicos e seus resíduos, embalagens, pilhas e baterias, pneus, óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens, além de lâmpadas fluorescentes, produtos eletrônicos e seus componentes.
Se não mudarmos, corremos risco. Risco enquanto seres vivos, seres humanos, na insistência desmedida de esgotar os recursos naturais, ou utilizá-los indevidamente, como é o caso, por exemplo, do petróleo, matriz energética, que já deveria ser substituído, sobretudo na movimentação na movimentação de automóveis, mesmo porque já existem tecnologias para substituí-lo, na produção da mesma energia, porém limpa.
Além de tudo isso, importantíssimo lembrar que a ação humana ameaça 65% da biodiversidade dos rios, e os fatores são a poluição e construção excessiva de barragens, situação que deixa 80% da população mundial sujeita à escassez de água.
Claro que toda mudança, dessa grandeza, mexe com todo arcabouço de um modelo, no qual o capital está dinamizado por um consumo inescrupuloso a estimular o desperdício, a esgotar as reservas naturais, antes recursos, que passaram assim a se chamar reservas, pelo fato de que para muitos deles não termos condições de reposição ou recomposição.
Que a partir de agora, todos nós, com nossa voz, atitude política e participação, rompamos os limites impostos, pelo descaso para com a vida e, com sabedoria, acendamos um chama nessa terra, por uma ciência, por um desenvolvimento humano e tecnológico, nos quais cada um de nós faça a sua parte, para que as futuras gerações sejam estimuladas a viver e potencializar um desenvolvimento sustentável com todas as cores do equilíbrio.
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