Prefácio de um dia de sol para livros - gente
Sonhei com uma teia cujas topologias
fossem livremente escaláveis,
sem um centro de controle,
numa inevitável evolução.
Sonhei com uma biblioteca
compostas de livros
de leitores – autores,
entrelaçada a dezenas
de outros pontos de escrita
e lugares de leitura
a quebrar a robustez das leis
do que é publicável
e registrado como literatura.
Sonhei com uma rede orgânica
com a casca removida,
um Moitará a estabelecer
um encontro de tribos,
numa interação onde
a arte e a comunicação
constituíam uma narrativa
ultrapassando a informação circulante.
Sonhei com mulheres e homens livros,
adultos e crianças autores,
a escreverem outras histórias
de intensa conversação
e troca de bens simbólicos
a entender a democracia
como uma forma de vida,
a interar e solidarizar
as vozes e os olhares.
Sonhei que o ressoar
das trocas entre vozes,
produziam novas vozes
e uma era a luz da outra,
e que tantos livros e conteúdos
de vidas vividas, contadas e recontadas
estabeleciam comunhões de pensar e existir,
em nome da diversidade para uma melhor convivência,
baseada no aumento de certas características dialógicas.
Sonhei com a democracia
para escrever sobre a cidadania,
num coletivo que compreende
um alcance incalculável
multigeracional
multisignificativo
para um bem viver,
um bem ler e reler
junto com o outro,
sobre nós mesmos ,
num letramento poético
para nunca parar de lutar,
por livros e por seres humanos,
por livros humanos e seres livros,
cada qual um somos nessa história
do local para o global e do global para o local
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