Crianças e educadores Galpão de Cultura e Cidadania - São Miguel Paulista
A poiesis que mitiga a dor da educação ferida
A manhã iluminada desenha um céu em ondas - nuvens azuis claras, depois menos claras e, na profundidade do olhar, a alternância dos tons, sucessiva poesia de serenidade, exercita o desapego do sol, este astro satisfeito neste momento, em só iluminar. Para nós, desejosos em captar, nessa manhã a leveza da luz que atenua as sombras, numa suavidade cromática a afagar a alma, afastamos a equívoca necessidade de conquista e de poder, voltada à atividade humana conflituosa, no acirramento das relações que impedem as trocas e compartilhamentos, necessidades inerentes à transformação social, aparentemente intecionalidade e sonhos de todos.
Em meio a pensamentos, discursos e ações, utopicamente a educação imaginada se dá em todos os espaços e sentidos com direções e atitudes dialógicas, quando abandonamos nosso equívoco de considerar a indução e determinação como estímulos, pois cruelmente, muitas vezes, nossos devaneios de saber voltados à construção de uma imagem simulada e dissimulada em verdades projetadas, sem praxe dialógica e sim como regra de “um assim 'que se faz, é isso que se lê, é dessa forma que se dá”, esquecemos a maior riqueza e arma para que os saberes possam naturalmente entrelaçarem-se num tear de histórias, visões, vivências, dos que aguardam ansiosamente o espaço, a assembléia, a ágora para descreverem suas trajetórias e exercitarem a ausculta e a narração, para a construção e consequente difusão de uma poiseis analítica de quem está dentro e fora da história que imaginamos.
Nunca temos a certeza plena, por isso necessitamos abrir nossos sentidos verdadeiramente para dar vez à verdadeira comunidade de sentidos e aos pontos de histórias de uma rede de alteridades.
Seja o primeiro a comentar
Postar um comentário