segunda-feira, 30 de maio de 2011


Expressão da capacidade humana de construir e imaginar um mundo diferente

José Luiz Adeve

A lua disse para o sol, veja na manhã o sereno,
e os pingos eucaliptais que em aerossóis
umedecem a terra, feito água suada
extratificaram pensamentos humanos,
diante dos halos cadentes
dos espaços entre – árvores,
na montanha iluminada
por flores amarelas,
a movimentar-se
em luz e sombra
por ação das pássaros,
das borboletas, besouros
e tantos insetos.

Montanha que sente os passos
de quem percebe que a beleza
é a expressão da capacidade humana
de construir e imaginar um mundo diferente.


Tantas vezes o sonho sobre um lugar - uma cidade criativa foi interrompido, feito um texto de um escritor, que ao estar confinado numa caverna enquanto escreve, tem sua lamparina levada por alguém, como num conto chinês.

Existe uma cidade dentro de cada um, composta de símbolos, lembranças e idéias que fazemos da realidade. Uma cidade altruísta, solidária e vestida com o afeto nascido da nossa necessidade de vê-la como a colecionamos na memória de nossas “lidas”.

Nessa cidade os mais velhos contam histórias, despertando o interesse em reconsiderar, muitas vezes, os caminhos percorridos por suas gentes.

A verdade dessa cidade é fruto de uma certeza, de que os bens possam ser produzidos e distribuídos de forma equânime, sendo que a produção da riqueza é voltada para um desenvolvimento que faz fluir o viver dos citadinos, num enredo de equilíbrio, sem ferir o ambiente, o canto, o carinho, o ventre da terra, que existe dentro da gente, e por isso pode ser realizado e exteriorizado.

Nessa cidade que imaginamos e quiçá podemos vivê-la, a economia pode se sustentar no bom senso, no equilíbrio e, para tanto é necessário, ter consciência da contribuição que só podemos dar, quando mudamos nossas atitudes e pensamos e agimos para além de nós mesmos.

Essa cidade pode ter tantos nomes, tantos sentidos para um lugar. Pode se chamar “Cidade Criativa”, por exemplo. Os bens simbólicos têm valor e indicam riqueza. A concepção de crescimento e desenvolvimento é outra, isso indica muito esforço para estabelecê-la, inclusive mexe com todo o raciocínio e sentido que se tem sobre cidade.

Claramente ao nascer de um novo dia, quando a verdade vem visitar essa luz, esse desejo e, a consciência da necessidade de cientificar o processo de viabilizar essa cidade imaginada, está fundamentada nas ciências existentes, só que a mudança consiste também na forma e no entrelaçamento dos saberes, o que exige disposição e coragem dos estudiosos da urbe, bem como de todos nós em mudar e aprender.

Numa dessas manhãs conhecemos Ana Carla Fonseca Reis. Aprendemos durante os quase 40 minutos que a vimos e ouvimos suas percepções, fundamentações. E ladeados que somos por pessoas de uma visão compreendida na virtude do saber e na sensibilidade para com as localidades, o lugar, a cidade e o mundo em que viemos, sentimo-nos fortalecidos para continuar nossas ações, nas quais a arte e a comunicação revelam e contribuem para que as pessoas se reconheçam e se sintam estimuladas a aprender e ensinar.

Sentimos os passos de quem percebe que a beleza é a expressão da capacidade humana de construir e imaginar um mundo diferente. Tião, Tarcisio, Sonia, Cida, Ana, Nelson, Bia, Maria Alice, Raimunda, Cícera, Antonia, Viviane, André, Rose, Cosme, Zé Nilton, Mara Salles, Aline, Malu, Lucia, Guiné, Cleber, David, Fernanda, Célia, Edineuza, Cilene, Tereza, Andrelissa, Renatinho, Inácio, Antonio Brasileiro, Alemão, Fabinho, Katia, Elizangela, Dona Marlene, Larissa, Laíssa, João Vitor, Richard, Giovana, Marcelo, Juliana, Karina, Paula, Douglas, Adriana, Jessica, Daniela, Ticão, Emerson, Valéria, Osvaldo, Gabriel, Mauricio, educadores, educandos, moradores, juventude, meninos e meninas desse chão e tantos, tantas gentes, cada qual com sua história, dentro de outras tantas histórias.

Trilhar o caminho para que cada ponto, lugar, localidade dessa cidade seja de uma riqueza que ultrapasse a lógica dos índices que criamos, pois perdemos a conta ao não reconhecer a felicidade coletiva, como integrante da essencialidade de cada ponto desse tecido, dessas unidades, nossas cidades, nossa cidade.

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