segunda-feira, 13 de junho de 2011

Entre a ignorância e a esperança: Brasil – Campeão do Mundo!


Célia Araújo de Carvalho¹

Em tempos de Copa do Mundo de Futebol é comum encontrarmos os apelos à paixão nacional, que prende os brasileiros pelo sentimento à razão dos fatos. Entre as inserções publicitárias da COPA BRASIL 2014, uma tem chamado a atenção pela sua dimensão – meia página dos periódicos de grande circulação – e pelo seu conteúdo – “POR ONDE O FUTEBOL BRASILEIRO FOR, NÓS VAMOS JUNTOS”. Esta idéia nos leva a uma reflexão sobre o seu efeito na atenção da sociedade sobre a participação, a organização e a realização desse certame esportivo no território nacional, sendo necessário lembrar que o mesmo fenômeno esportivo fora usado, em décadas passadas, para desviar o foco dos graves problemas sociais para a “ilusão” de desenvolvimento nacional.

De qualquer modo e para além da memória histórica, encontramo-nos em outro momento sócio-histórico e político, onde a perspectiva de desenvolvimento é mais factível e a possibilidade de participação social e de controle (direto ou indireto) das ações e diretrizes governamentais que buscam soluções às demandas da comunidade brasileira está assegurada juridicamente na previsão, prescrição e condicionamentos das funções do governo e do Estado, que tem a responsabilidade do planejamento, da fiscalização e regulação da gestão pública (técnico-política).

Seria ingênuo acreditar que, ao cidadão comum, fosse possível o real dimensionamento das necessidades físicas, estruturais e humanas - e o consequente volume de recursos nacionais e internacionais - para o êxito de empreitadas de tão grande porte, inclusive necessárias ao bom funcionamento diário da sociedade, em seus serviços essenciais. Também, não há como depositar crença na total ignorância da população sobre quem pagará tais despesas - via tributação (impostos, taxas e contribuições) e ou tarifas de serviços, pois seremos todos nós, população brasileira!

Portanto, nosso problema para o enfrentamento desse “compromisso mundial” (e também dos domésticos) está muito mais na dimensão cultural, que diante das denúncias cotidianas de irregularidades e ilegalidades, acordos ilegítimos e malversação dos fundos públicos, precisa ter oportunizada e consolidada a observação, a investigação e a análise dos fatos de modo a transformá-las em ação, por um posicionamento crítico e de protagonismo da população em exigência da adequada destinação, execução e avaliação dos recursos investidos (especiais e ordinários) e suas consequências para a nação, no sentido de fazer frente às próprias necessidades, à redução das desigualdades e ao desenvolvimento local e nacional.

Somente desse modo, não estaríamos sujeitos ao simplismo das informações e notícias veiculadas na mídia, que impregnadas de falsa neutralidade ou de defesas apaixonadas, superficializam a dinâmica social. Daí sim, a arrecadação, a gestão e a racionalização dos recursos sob uma ética de transparência e de controle serão resultantes do verdadeiro pacto entre sociedade e Estado, que alinhados numa estratégia poderão buscar a eficiência, eficácia e efetividade para dar conta da quantidade e da prestação de bons serviços públicos para os cidadãos brasileiros (e do mundo). É esse resultado de campeão que devemos perseguir e conquistar juntos!!!

¹ Graduanda do Curso de Gestão de Políticas Públicas da EACH/USP – noturno 2011.

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