domingo, 18 de dezembro de 2011





Gratidão.

Sim fomos educados.

Nessas últimas quatro estações

aprendemos a pensar mais

nas "percorridas" pelas vielas,

becos, casas, cantos, ruas, escolas

a tecer histórias e narrativas,

numa cultura afirmativa

composta de falar, ler e escrever.



Sim.

Contribuímos para o pensar uma rede

que estimule crianças, jovens, adultos,

educadores e educandos a ver a sociedade

como um todo sem vencedor e nem perdedor,

por uma desfragmentação do ensino,

o que não deixou de ser uma bandeira,

ao longo de nossa lida,

mas a real prática de religar saberes,

sem impor princípios.



Gratidão.

Pelas pessoas, mães, que navegam

nos computadores de nossa casa - Galpão

com o objetivo de "letrar" a vida

para bem acompanhar seus filhos,

e contribuir para a superação dos desafios

e das adversidades de um viver

num território tão frágil e tão desigual.



Sim.

Sempre presente o embrião

a idéia daqueles jovens

que puderam descobrir conceitos,

e não somente assimilar os pré - existentes

e, numa trama bio - afeitva

invadir as escolas, outras vilas e jardins,

revelando e elaborando afetos

e desejos de bem viver junto,

ações que a arte permite,

num diálogo com o lugar

no qual se vive projetando

as reflexões juvenis em mensagens,

narratividades, enredos e atitudes solidárias

e comunitárias com a certeza

de que um outro mundo é possível.



Gratidão.

Pelas crianças que desenharam histórias,

num letramento de múltiplos sentidos,

a multiplicar no espectro da subjetividade

tantos pontos, centelhas de leitura,

entrelaçando-se com a memória dos adultos

e de seus tempos de escola ou não escola,

ou quem sabe da escola que virá.



Sim.

Nos lugares, espaços de conviver,

a abordagem foi conduzida por meio

da língua dos homens e das mulheres,

não com a língua dos sábios,

o que permitiu que tanto aprendizes e mestres

fossem autênticos e invertessem os papéis,

invertessem com as cordas da viola e da rabeca

essa lógica de estudar somente em relação

à utilidade do produto para transformá-lo em lucro,

mas muito mais com a certeza que a vida

de nossas liras criadas e recriadas

têm tantos outros significados.



Gratidão.
Pelos temperos e saberes dessa gente

na cozinha de nossa diversidade cultural

e nas rodas para troca de saberes,

mulheres guerreiras visualizaram horizontes reais,

em meio à essa concretude perversa de vulnerabilidades sociais.



Sim.

Gratidão pelas árvores - livro

que literalizaram Ururai,

São Miguel Paulista,

aldeia de vilas e gentes

que se transformam em arcanjos,

nessa cidade em que nossos deuses,

como diz Ítalo Calvino por meio de Marcopolo,

estão dentro dos baldes,

enchentes d'água Tiê, Tié, Tietê,

mas salve a cheia de livros e leitores,

nascida no desejo que se sustenta

com a multiplicação de leituras,

nessa urbe tão grande e tão desigual.



Gratidão .

Pela manifestação dos jovens e dos adultos,

num movimento de percepção de que habitar

é mais que residir, estar, é relacionar-se.

Podemos sim, não só sonhar,

mas ter a perspectiva de uma sociedade de emancipados,

com uma gente empoderada que ilumine a doce inclinação do coração,

que nos leva à ajuda e ao amor reciprocos.



Salve os mestres dessa hora,

Salve os mestres que partiram,

Tantos aprendizados

a tornar perceptível

a afirmação de Rubem Alves:

a educação é amor

e isso nos redime.

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