sábado, 3 de dezembro de 2011



Plágio de Nietzsche, Shopenhauer e Ranciére
mais o recado reconfortante e sábio de uma amiga



Na extremidade da plataforma da estação Tatuapé
olhei para o sol, permiti que o calor e a luz interpenetrassem
meu pensamento e este se tornou palavra, busquei o caderno
e a palavra voltou a ser pensamento
e da idéia se fez matéria
e da matéria outra
idéia.

Assim tantos pensamentos voaram com
as asas dos ouvintes
com as asas dos falantes.

Fecundado pela vontade do ouvinte
idéias irradiaram em tantas direções e sentidos.
remeti a minha memória à lembrança de um dia,
uma noite, uma manhã, sempre com trilhos, trens,
às casas e meus frêmitos em busca da imagem e da voz
daqueles que não contam com as divindades protetoras da cidade,
tentei me exprimir não em conceitos, mas em formas distintas e convincentes,
porém diante da lembrança da luz conceitual me fiz silêncio e, por mais atento,
que ficasse às improvisações da uma riqueza pesquisadora dos mestres socráticos,
tive medo de desfragmentar tantas semioses minhas, tuas, nossos humanos signos.

Daí deixei a frase sem ponto e entrei em desacordo com a certeza de que me faltava um ponto, um conteúdo uma especialização de minhas estéticas para intelegenciar.
Neologizei descobertas daqueles que sempre ensinam o que não sabem
e por esse motivo são mestres ignorantes dessa história de provocar,
ou simplesmente fazer um barulho para que o escultor,
aquele que é sujeito de sua arte de viver diante
do sonho que não ultrapassou o belo lume
do mundo interior, enquanto o trem
se aproximava, estremecesse,
assim dionisiacamente,
na diurna apolínea
plataforma.

Envolvido por uma espécie de véu de Maia
Imaginei quando o mar em fúria estende-se sem limites no horizonte,
levantando e quebrando montanhas de água a bramir”, senti – me, agora
dentro do trem, um pescador sentado em meu barco confinado no meu frágil esquife, assim do mesmo modo um homem isolado, no meio de um oceano de dores e incertezas “porém permaneci plácido sobre o princípio da individuação
em que acredito confiar.


Sim durante a viagem silenciei-me a exemplo do que fizera quando reencontrei
os sábios e, desconcertado pelo amor que tomou conta do meu ser,
preferi ser levado pelas formas cognoscíveis dos fenômenos
para sofrer e ser uma exceção com minha vã sapiência,
sem titulação a despertar emoções dionisíacas
até por um instante perder toda a consciência
de si e per se.

Ainda, dentro do trem recebi a mensagem de alguém muito especial.
Dizia que às vezes não o poeta não é entendido.
Ao silenciar pensar e repensar e ir além,
o poeta traz percepções e conclusões que os muitos ainda não fizeram.
E o tempo de degustação revela sua capacidade de ouvir o outro
e repensar sua opinião e a si mesmo, a cada momento.


José Luiz Adeve (Cometa)

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