Extraordinariamente o lixo que produzimos obedece duas configurações e correspondências civlizatórias dos ressignificados de nosso controle da natureza, esta hoje permeada por imaterialidades e subjetivações concretamente e organicamente psico – fluidizadas a alterar até mesmo nossos comportamentos biológicos.
Pensar no lixo produzido num mundo naturalmente organizado com uma racionalidade, um mundo com normas que governam as coisas, um mundo no qual as mudanças correspondem a uma ordem constituída, e num mundo moderno, dessacralizado, onde surge a oportunidade das mudanças controladas pela criterização e conveniências de quem produz o lixo, é reconhecer que o sujeito nunca existiu, talvez ele tenha sido uma invenção e fruto da capacidade de sempre parodiar nossas próprias invenções.
Ironicamente nesses tempos de em que as tecnologias ultrapassam em muitos aspectos a nossa própria capacidade orgânica de produzir elementos, células e até órgãos mais eficazes do que o nosso corpo produz, penso e insisto para que todos vejam a insistência de nossa mentalidade predatória que afasta e impede o desenvolvimento de nosso conhecimento e tecnologias para o respeito a floresta e seus habitantes, por exemplo, e a perspectiva de uma harmonia composta de paz equilíbrio, com o que insistentemente nos provoca: a necessidade de transvalorar e transformar o habitar, até o ponto de pelo menos deslumbrar uma nova forma civilizatória.
José Luiz Adeve (Cometa)
Coord. Núcleo de Comunicação Comunitária
Fundação Tide Setubal
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