sábado, 1 de dezembro de 2012
Quando a prática de uma cultura de governo torna-se risível
Soma do que interpretei do pensamento do
sociólogo Michel Maffesoli
com a banalização dos atos inconsequentes de muitos da classe política brasileira
O riso e a
ironia são explosões de vida, ainda que e sobretudo quando esta é explorada e
dominada. A zombaria destaca que, mesmo nas condições mais difíceis, é
possível, contra, ou à margem daqueles que são responsáveis por elas,
reapropriar-se de sua existência e tentar de maneira relativa usufruir dela.
Perspectiva trágica, que pretende menos mudar o mundo do que acomodar-se a ele
ou ajeitá-lo.
América do Sul
com sua diversidade em meio à historicidade de cada lugar, gentes
que dialogam a partir de pontos
comuns. A corporeidade e a sociedade vestidas com as
nossas máscaras e mais outra a
esconder as demais, porém revela-se em práticas e lutas.
Uma forma de
exploração comum a todas as gentes e uma quase eterna anomia diante também da
corrupção, advinda da cultura de governar com acordos em acordes semitonados,
numa angustiante e até por vezes hilariante estratégia de dividir a coisa e o
erário públicos entre os entes, patentes, latentes usurpadores que,
incrivelmente, fascinam a maioria, pois se elegem em função da rapidez no
atendimento de emergências no balcão de trocas por votos e apoios.
Assim,
preservam-se as anomalias e desequilíbrios para a perpetuação de uma prátíca
política perversa desde os ibéricos, espanhóis, ingleses, franceses de outros
meses, outras eras, terras e taras.
Somos, portanto,
aqueles que “com naturalidade e ironia
vivemos a dimensão festiva, da qual o trágico, o que frequentemente se esquece,
é um elemento de grande importância”. *
Praticamos
então a zombaria que se contrapõe à normalização de todas as garantias
da ordem imposta. Isso inclusive
se torna uma arma contra a necessidade de dominação das
mentes para que legitimem uma
determinada prática política.
*Livro: O tempo das tribos –
Michel Maffesoli
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