domingo, 10 de fevereiro de 2013


Vivendo e aprendendo sobre a Sociedade Civil
1º aprendizado com leituras recentes

Vivemos e passamos a compreender um pouco mais a tão conclamada sociedade civil. Para tanto, aprendemos que ela é composta de instituições, associações, conselhos, movimento sociais, Ongs, grupos comunitários, sindicatos, comunidades religiosas, organizações femininas.
Desde suas primeiras definições, por exemplo, a dos moralistas no século XVI que a definia como o oposto do individuo isolado, passando por Kant que define seu estabelecimento como base no direito e, contemporaneamente nos referimos a ela como uma arena de ações coletivas em torno de interesses, propósitos e valores, sempre guardou consigo a característica de tornar transparente os atos públicos, dos governos, em nome do interesses comunitários, sendo uma verdadeira vigilante.  
Com o enfraquecimento do estado diante do gigantismo dos interesses e influências do mercado, e da infeliz legitimação de uma “cultura de governo” desenvolvida a partir da acomodação de interesses privados na dinâmica pública, a sociedade civil teve que obrigatoriamente potencializar suas ações de guardiã, no sentido de garantir transparência, acesso à informação e se tornar também incentivadora de iniciativas voltadas à ética, “não como meio”, mas como princípio e finalidade de um estado em que pressupõe os direitos do cidadão. 
Certos subgrupos, sobretudo ONgs e até fundações comunitárias passaram a estabelecer parcerias com cidadãos, para criar, pesquisar e propor, a partir do entendimento sistêmico de cada localidade, ações e projetos objetivando um melhor viver na cidade. Na verdade, não esperando que o governo comande o caminho, mas reunindo e criando caminhos, para que uma atuação sustentável do governo possa ocorrer. Seria “como um artista, um cientista a ajudar sua região a começar a ver o mundo, e a si mesma de novas maneiras, na construção de uma cultura de envolvimento cívico”. (Missão Local, Visão Global p,75).
Numa perspectiva e potência de envolvimento orgânico nos territórios onde atua, torna-se difícil para as ONgs, sejam as de pequeno e médio porte e até mesmo para Institutos e Fundações manter a neutralidade, pragmaticamente apregoada pelos defensores de uma relativização da identificação com ideologias, aspirações, missões e visões.
Defender e desenvolver ações para determinadas causas, demandas, problemas de ordem social, sejam eles de caráter de desenvolvimento urbano, étnico, trabalho infantil, juventude, violência contra minorias, distribuição de renda, educação para todos, enfim, sempre em cada processo comunitário haverá a identificação ideológica, no mínimo para a construção da agenda de ações, mobilizações, movimentos e até mesmo educativa, dentro de uma perspectiva em que a comunicação das ideias congruentes está para o avanço e conquista de direitos, assim como a desconstrução do mito da neutralidade presente na mensagem da missão de cada organização.
Certo de que também se verifica com muitas organizações de pequeno porte e  associações de bairro da nossa cidade que, para desenvolverem suas ações com a bandeira da transformação social, por exemplo, obtém  recursos do estado, por meio de programas sociais e políticas públicas, em convênios e até mesmo por intermédio do estreitamento de relações com interlocutores “políticos profissionais”, muitas vezes em detrimento de uma divisão equânime e ética na irrigação de recursos, o que gera, em alguns casos, influências e fisiologismo.
Por outro lado as grandes organizações (institutos) ligadas aos grandes grupos econômicos, muitas delas, não tem interesse em investir numa nova forma de desenvolvimento, ocorrendo assim a multiplicação de políticas sociais de contenção, verdadeiros esparadrapos, curativos, paliativos, na preservação da mesma lógica substancialmente insustentável.   
Assim, se pertencemos a um coletivo composto por gente que acredita que um outro mundo é possível, reconhecemos e assumimos nosso papel de mobilizar pessoas de uma comunidade geograficamente definida para identificar desafios comuns e, concomitantemente, aumentar a participação das organizações e atores no processo de identificar, legitimar e acordar um modelo de desenvolvimento que não seja excludente e insustentável, um objetivo que muitas vezes parece inatingível, pois a própria estrutura necessária para transformação é alimentada pelo modelo que ai está, o ganha - perde, o consumo desenfreado, desmedido e incentivado por uma lógica endêmica, disseminada e até mesmo sinônimo de valer, ter lastro, em detrimento do pensar e fazer, do compor e integrar o todo. 

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