domingo, 9 de junho de 2013
VÃO
Entre o trem e a plataforma há um vão,
nesse vão a capoeira, mato teimoso,
insiste em lembrar que esse chão
é chão de margem, margem de rio
e o trem na margem.
Outro vão entre a estação e o rio,
tantos flancos, tantos vãos,
outros vãos entre casas
estreitados pelos despautérios da cidade,
tijolos, tolos, birra, contestado e atestado,
observam – se frestas finas entre tijolos.
Há também barracos de madeira,
madeiras que navegaram pelo rio,
por um rio substimado com trecos,
cacos, cacarecos e dejetos
a percorrerem as águas de um ser,
já para lá de um quase – rio,
desfigurado pela insustentável dinâmica
de uma urbe por um fio.
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