terça-feira, 13 de agosto de 2013
Os
fazedores de mimeses e os movimentos por vida digna (MVD)
Um pontinho de cidade insiste a nos lembrar
que em cada um de nós existe uma cidade
como forma sensível de civilização,
transmutada poeticamente e desejosa
por um novo léxico social
Ao
observar os gestos e as ações humanas, nesse momento, por exemplo, dentro de um
trem a caminho do que se convencionou chamar de periferia ou subúrbio, numa
suspensão momentânea da ideia de uma sociedade fundada sobre a oposição entre
os que pensam e decidem e os destinados ao trabalho material, observo que,
inconscientemente muitas vezes, essa gente denominada pelos estudiosos e
estudos sociológicos de componente da base da pirâmide faz, no mínimo, duas
coisas ao mesmo tempo.
Sim,
trabalham e atuam na própria representação simbólica, quiçá artística desse
labor, apesar da não percepção em relação a esse simbólico, da riqueza e da
presença da arte em suas vidas, pois nessa linguagem que expresso nesse momento
há uma ideia e uma politicidade de que existe arte nessas ações, não
necessariamente pensada e expressa como tal por esses atores – pessoas e, essa
teatralidade, para mim, inerente ao viver. São pessoas comuns, não são deuses e
nem tão pouco o que é caracterizado pelo senso comum como “pessoas famosas”.
Fazem
parte de um estamento (Max Weber) ressignificado e identificado nessa crônica, se assim a esse gênero é
adequado chamar, como gentes que integram os movimentos por vida digna, sem um
centro de inteligência e sim, esse é também meu desejo, numa metapolítica
a partir das experiências virtualizadas e vividas num processo dinâmico de
subjetividades de comunidades, num ativismo até inconsciente, no
ponto de vista de tomada de atitude em relação a essa ou aquela causa, e
quantas causas existem para quem se desloca pela cidade, em transportes
coletivos lotados ou habitando lugares inóspitos dessa urbe dividida em duas
cidades: a construída pelos pobres e a da especulação imobiliária.
Percebo
claro, após anos de idas e vindas de um ponto degradado da cidade, onde a
história é traduzida em monumentos e arquitetura, a outro nas bordas dessa
metrópole de que existem, ao menos, práticas de redes de moradores periféricos
nos encontros aparentemente informais, somado, hoje à velocidade e
conectividade mobilizadora propiciada pelas tecnologias e redes digitais /
sociais, observado recentemente como potências para a canalização de uma ação
política chamada de rede, que ganhou o espaço público, as ruas e que tem a
juventude como uma dos irradiadores de agregação de um estamento presente.
Assim
como os trilhos desse trem e toda a malha ferroviária são componentes de uma
rede, a integrar a esfera espaço / tempo, há nas recentes intervenções /
manifestações na esfera pública em disputa, uma experiência de rede, vivida na
cultura organizativa brasileira, impulsionada pela dinâmica e, sobretudo, pela
descoberta juvenil das possibilidades convocação de vontades, utilizando as redes
sociais e as tecnologias de comunicação.
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