sábado, 8 de fevereiro de 2014
Reaprender a cultivar a alma
Herculeamente o ego matou
as imagens,
embrutecido e sem
estratégia tentou,
na vida, dar conta de tudo
em busca do
reconhecimento,
da superação,
da aclamação,
e do mito
de tornar-se
mito.
Mas de repente
o silêncio, o calar,
diante da não presença
dos sonhos
na lida,
na vida.
Heráclito onde estão seus símbolos
arque – eternos?
Onde parei de sonhar? Onde
a canção silenciou-se?
Sim, aquele momento em que
o acorde desarrazoou os sentidos,
era o momento a ser
estendido, mas o esquecimento da cautela,
num galopante ritmo, preponderou
o ego – orgulho.
Ainda existe a água a ser
conhecida
em sua profundidade e o
fogo
a ser alimentado,
a madeira...
ilumina a farta colheita
que a serpente ajudou no
plantio,
mas não há tantos silos
para armazenar tudo isso,
é necessário pedir ajuda
para quem cultiva a alma,
veja, a criança, no
espelho.
Então Hermes envia uma
carta,
comunica em tom de
desagravo
que Hércules precisa
desembrutecer,
compassar a força,
desconsiderar os falsos louros,
pois o cerne da conquista
é outro,
desnecessária essa
incomensurável força
e esse ritmo a prejudicar
o ser.
Cautela, Hércules,
descansa,
que ainda é cedo,
mas a persistente imprudência egóica
pode fazer com que essa
carta
sobre sua passagem errante
termine com um estupefato
Tarde demais !
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