PONTO PARA O CONTO
Literatura em movimento multigeracional no Lapenna
Adultos contam histórias e crianças recontam em dobraduras e desenhos
As histórias contadas pelos adultos do Jardim Lapenna publicadas nesse blog no espaço “Ponto de Histórias”, agora são recontadas pelas crianças que participam dos encontros “Ponto para o Conto”, uma iniciativa do NCC voltada ao letramento em parceria com o Ponto de Leitura.
Todas as sextas – feiras, das 14h00 às 17h00, no Galpão de Cultura e Cidadania, os artistas plásticos e arte – educadores Diogo Yas e Denise Rodrigues desenvolvem com 20 crianças re - contações das histórias de vida, sobre a escola, lendas, causos e até fábulas que moços, moças, senhoras e senhores da comunidade trazem para o Galpão.
“Laíssa, Larissa, Iara, Camila, Davi, João Vitor, Carina, Brenda, Betania, Tamirez, Jéssica, Edilaine, Lairton, Giovana, Juliana, Cleitiane, Suellen, Diogo e quem mais chegar, integram um movimento que une olhares e trabalha com os bens simbólicos locais, a partir do imaginário e das histórias de vida que compõem essa ação coletiva de letramento” – observa José Luiz Adeve (Cometa), coordenador do Núcleo Comunicação Comunitária da Fundação Tide Setubal.
São 15 histórias que se tornam, ao longo das atividades, “livretinhos” os quais serão disponibilizados ao público pelo Ponto de Leitura, como também publicados no jornal “A Voz do Lapenna”.
“A idéia é que a cada 3 histórias re - visitadas e contadas, façamos um lançamento no Ponto de Leitura e convidar os pais, as mães, familiares e os adultos contadores para um acontecimento literário.” – explica Andrelissa Ruiz – educomunicadora do NCC.
O Galpão de Cultura e Cidadania é um espaço que cada vez mais atrai as crianças da localidade, o Ponto de Leitura tornou-se um grande atrativo, além do espaço amplo e dos quiosques, assim esse equipamento também é um lugar de fazer e contar histórias.
“As dobraduras e os desenhos das crianças, assim como as histórias dos adultos, estabelecem uma conexão entre a experiência vivida e o simbólico do olhar das crianças, essa alteridade potencializa a manifestação artística, tornado-se também ação educativa”. – reflete Diogo Yas, arte – educador.
A primeira história que as crianças recontaram foi "O lobisomem e a assombração" do Sr. Antonio Lembro Brasileiro, 72 anos, orador do Jardim Lapenna.
A equipe do NCC entrevistou a Bibliotecária Aline Santiago da Equipe de Coordenação do Ponto de Leitura do Jardim Lapenna
NCC: Como você avalia essa ação de letramento que envolve adultos e crianças?
Aline Santiago: Fiquei muito feliz quando soube da iniciativa do Núcleo de Comunicação Comunitária de colher histórias da comunidade. É uma atividade de extrema importância porque resgata nossa origem literária, que é a literatura oral e, junto com ela resgata a auto-estima dos narradores, pois têm a oportunidade de deixar registrado suas vivências. É muito bom ouvi-las se divertindo e brincando, feito crianças na construção do material.
NCC: Como se deu o processo de envolvimento das crianças?
Aline Santiago: A partir dessa iniciativa surgiu uma outra que veio dar cor e vida para essas histórias, pois surgiu a vontade de que essas histórias fossem ouvidas e ilustradas pelas crianças da comunidade. A pedido do Núcleo de Comunicação Comunitária fizemos o convite para aqueles que são nossos melhores clientes, as crianças. Cedemos o espaço para o primeiro encontro, que foi muito agradável, as crianças estavam ansiosas para produzirem e realmente produziram muito, as histórias eram fascinantes e o material ficou maravilhoso.
NCC: Como você avalia esse trabalho em parceria?
Aline Santiago: Esse trabalho é muito importante, principalmente para essas crianças que são cheias de criatividade e energia e que, muitas vezes não tem oportunidade de se expressar.
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