Precisamos deixar nossa casa bonita
Planeta terra
Acessei a internet e me deparei com a intensidade de informações, percebi que tudo converge para o virtual. O espaço de comunicação é livre e a atenção deve-se voltar para navegar, sim, porém devemos sair da condição de passageiros, e indicar aos “pilotos do cybermarketing e da economia que desejamos deixar nossa casa bonita, ao invés de degradá-la. Sábios asfixiados merecem atenção, mediação e mitigação, diante o peso das informações, enquanto que feito mineiros, por vezes soterrados, milhões procuram no consumo uma determinada imagem, o que custa, além de aspectos da OIKO NOMIA (economia em grego) alterada, desequilíbrio e anomalia ambiental.
Caminhei de casa até a estação ferroviária como faço todos os dias. Fiquei impressionado. Uma criança enrolada num cobertor, cedido pelo poder público. São 06 horas da manhã, eu e mais dois senhores, estupefatos com a cena, calculamos que aquele pacotinho - gente, enroladinho gente tenha uns 08 anos, a dormir profundamente na “Nova Luz”, região e ruas a abrigarem as sobras humanas de uma vida urbana confusa, a produzir resíduos sólidos e humanos.
Embarquei pela plataforma dos desejos de transformar essa teatralidade cruel e me perdi nos sofismas da educação de conhecer, envolver-se, trocar e difundir.
Percebi ao baldear com meu corpo inerte na composição, que percorrera as mesmas vias que levaram meu pensamento e a necessidade de embarque, como tantos sábios que conheço dedicados à leitura e sensibilidade sobre essa cidade e suas gentes, meios de verificação e indicadores do processo em ação vivida e saber desconstruído pe
lo não conceitual de quem convive com a escassez, na totalidade do espaço da geografia da alma da cidade.
Dediquei, não só neste dia, mas em tantos outros, o pouco que sabia e fazia às pessoas. Aprendi desde o simples caminhar, muitas vezes apressado pela rua da estação, passando pela capela e pela imaginação de um “forró arretado”, em plena praça, depois a “conexão de escada” com a passarela para atravessar a linha do trem, a balançar os sentidos, mais a viela – travessa Berigan, a recordar e estimular movimento de bem viver coletivo, até por fim, aliás um prólogo de um eterno ir e vir por escolas e tantos outros espaços vivos, chegar a um Galpão irradiador de intencionalidades, sendo que nessa “percorrida” vi muita vida ali também, como se aquele dia fosse ontem, somado ao amanhã, um amanhã que insisto em antever, numa espécie de semiose, como fruto dos desejos e das idéias humanas de equilíbrio e de continuar essa lida com o devido cuidado e consciência que essa vida merece.
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