UMA RÁDIO CIDADÃ, UMA ÁGORA, UM ESPAÇO PARA CIDADANIA
Moradores, Jovens, EACH – USP, Unicsul, Professores da Rede Pública, Diretoria Regional de Ensino e representantes da Fundação Tide Setubal dialogam sobre educação
Com pauta sugerida por moradores e alunos de escolas públicas, neste último domingo 27 de fevereiro discutiu-se na Rádio São Miguel no Ar, na Feira do Jardim Lapenna, desde qualidade dos ensinos fundamental e médio, acesso à universidade, Plano Nacional de Educação, até Política Públicas, como por exemplo, implantação de creches vindo também à tona a tão pretendida creche no território, constante reivindicação do Movimento de Moradores da localidade.
Patrícia Junqueira – Coordenadora da EACH USP - destacou o Curso Pro Universidade, uma parceria com a Fundação Tide Setubal, sem desconsiderar que esses instrumentos nascem da distorção em relação à baixa qualidade do ensino público fundamental e médio. Sebastião Soares, Relações Institucionais e Coordenador de Cultura da Fundação Tide Setubal, salientou a importância de pensarmos a educação, a partir do entendimento sobre cultura e sua essencialidade no processo de aprender e ensinar. Lembrou também do Plano Diretor que será revisto em 2012, o qual contempla uma Universidade em São Miguel Paulista.
Aila Figueredo da Pró – Reitoria da Universidade Cruzeiro do Sul destacou a importância dos instrumentos FIES e Pro UNI, como também apresentou algumas ações para inclusão na universidade e de responsabilidade social que Unicsul desenvolve.Também considerou que a participação das pessoas, no que diz respeito, tanto em conhecer o Plano Nacional de Edcuação, como cobrar do Poder Público o cumprimento das metas.
Os jovens indagaram sobre as diferenças entre universidade pública e universidade privada, sendo que coube a Patrícia Junqueira da EACH USP responder que “é claro que a Universidade Pública se destaca, pois tem investimentos públicos, bem definidos, porém existem muitas Universidades privadas com cursos até mais qualificados” – esclareceu Patrícia.
Profa. LucianaVenâncio da EMEF Antonio Carlos e doutorando da UNESP colocou que a necessidade de praticarmos uma educação que reconheça como essencial dialogar com os territórios, desde os bens simbólicos, códigos de comunicação e aspirações, é preponderante para a transformação social necessária diante dos desafios da contemporaneidade.Eliane da Conceição, professora de Sociologia, ensino médio, da E.E Reverendo Urbano salientou que o ensino médio precisa também, não só estar voltado ao mundo do trabalho, aliás, segundo ela, temos uma política estadual que não considera a participação comunitária e a criação de mecanismos para tanto, como essencial na formação dos jovens desse ciclo.
Profa. Célia Carvalho, educadora da EMEF Antonio Carlos e aluna do último ano de Políticas de Gestão Pública na EACH – USP, apontou a necessidade de repensarmos a educação, não mais como voltada ao status quo, com a predominância conservadora de conteúdo científico pouco alinhado com as reflexões do cotidiano, mas sim para a necessidade de significação de conteúdos associada a uma ambiência interativa de compreensão da vida social.
Viviane Hercowitz do Núcleo Mundo Jovem da Fundação Tide Setubal, enfatizou a necessidade das escolas trabalharem com a mesma importância dada aos conteúdos identificados com as exigências do mundo do trabalho, os temas / conteúdos que dizem respeito ao desenvolvimento integral do indivíduo que reflete na qualidade de participação social.O jovem Cleber Alves Araújo, morador do Jardim Lapenna, estudante de Letras na Universidade Federal de São Paulo, que passava pela Feira e avistou a Rádio, fez uma intervenção das mais significativas: “o ensino fundamental, muito mais o médio, têm como função primordial preparar o jovem para o mercado de trabalho, quandona realidade esse ensino deveria se voltar para a formação integral do ser humano, mais do que preparar pessoas parra cumprir tarefas ou operar máquinas, mas que desenvolvesse a consciência política, não que a o mundo do trabalho não seja importante, mas não devemos esquecer da formação humana, simplesmente por caprichos e configurações do capital”.
Um dos destaques da intervenção foi a visita do Diretor Regional de Educação do Município que trouxe informações para o público sobre a política pública para implantação de creches, além de assumir o compromisso de estar presente no dia 14 de março, uma segunda – feira, às 09 horas, no Galpão de Cultura e Cidadania, quando acontecerá mais uma reunião do Movimento de Moradores do Jardim Lapenna, Vila Nair, União de Vila Nova e Adjacências para tratar de uma das reivindicações da comunidade: a implantação de uma creche no território.
A intervenção de comunicação da Rádio São Miguel no Ar foi composta também por informações e estatísticas que dizem respeito à evasão escolar, pontos fortes do Plano Nacional de Educação, sendo que em seus intervalos e durante a programação, a rádio veiculou mensagens e apelos para participação comunitária nas questões educacionais, produzidos por educandos e jovens de São Miguel Paulista.
A Rádio São Miguel no Ar é um veículo de comunicação comunitária que conta com o apoio do Instituto Crescer, Centro Social Marista, Conselho da Comunidade Negra, Sociedade Amigos do Jardim Lapenna, CIEDs e Unicef
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