quarta-feira, 25 de janeiro de 2012



De uma cidade para outra

Oiké, habitação humana,
descentralizada está a natureza,
vivemos, quem sabe, o laicismo moderno,
mas o sublime ainda está presente,
hoje dado pelo esforço humano.
Submetemos às forças cósmicas
ao nosso controle
e fizemos de nossa técnica
um mito.

E a viola “acordeia e esperanceia”,
Insiste nos acordes dessa outra cidade
o valor da história,
apesar de que cada coisa,
assim como a viola
foi e é repensada como ego,
e como tal é natureza pensada.

Sinto nesse deslocamento entre cronotopos
uma oscilação angustiante,
entre o infinito e o sublime,
até por conta de que as sensações,
vividas até agora,
e a realidade
não são mais dadas
na escala humana,
pois a poesia que advirá
da comunicação e do sentir,
nascida na minha atribuição
ao lugar montanhas – águas
e tantos seres, sobretudo árvores e pássaros,
será um tentativa de compartilhamento
reduzido ao infinitamente pequeno,
quando acessado por um navegador
na internet, num espectro que se tornará
redutor de significados do olhar,
dos sentidos e das singularidades
de quem escreveu ou fez
a poesia sobre um habitar
e, ao pensar na outra cidade,
sem montanhas, água corrente, pássaros,
aquela mais perto do que julgara ser o futuro,
tudo indicará na projeção temporal ou atemporal,
que aquilo tudo da outra cidade,
a da montanha, pássaros e árvores,
não estará ao nível natural do terreno,
mas precipitada nas entranhas da terra
ou às alturas.
Receio que iluminaremos
o novo significado de um des - horizonte
e perderemos os sentidos
da importância do que está em cima
e o que está embaixo,
componentes de nossas referências
subjetivamente espirituais no habitar.

Ah, mas a viola,
aquela construída pelo menino,
insiste em ser tocada
a despertar a alma
ora caipira,
ora urbana,
e num banco de praça,
com esse caderno,
reflito sobre as sensações
desse movimento
de uma cidade
para outra,
nessa múltipla arquitetura da existência.

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