domingo, 8 de setembro de 2013
A cidade fala.
Um texto feito a muitas mãos
A
cidade parece querer falar, as calçadas são bocas com lábios de metais, amores
e gentes na contramão de um modelo de desenvolvimento o qual precisa ser
repensado. A cidade fala sobre seu solo, sua terra, as pessoas, as crianças, os
adolescentes, os jovens, os pássaros, as árvores, sobre a inconveniência de ser
duas cidades: a cidade construída pelos pobres e a do mercado imobiliário
especulativo.
Homens
e mulheres são as cordas vocais desses xotes, pagodes, raps, sambas, funks, motes e cordéis que evocam o fim do seu
desencantamento. A cidade fala sobre suas escolas, seus espaços urbanos que
poderiam ser espaços de educar, de aprender e ensinar. A cidade fala sobre suas
dores, doenças. A cidade fala sobre sua febre. A cidade fala sobre a
necessidade de
mobilização efetiva e de vontade política de cada um de nós para juntos olharmos
para ela como forma sensível de civilização.
A cidade fala sobre a necessidade
de cada localidade se desenvolver, animar sua economia, colocar a nossa casa em
ordem. A cidade fala sobre a construção de uma rede de participação, a partir
do processo em que os cidadãos e cidadãs passem a tomar iniciativas capazes de
mudar a sua própria história e também a do entorno, e para tanto é necessário
que façamos dessa cidade, uma cidade educadora.
A cidade fala sobre a necessidade
de pensar e agir para uma mudança efetiva da natureza do estado, pelo nosso
pedaço, localidade. A cidade fala sobre a necessidade de mudar a cultura de
governar viciada em troca de favores, de preservação de uma relação em nosso
território de um jogo político de quebra – galhos.
A cidade fala sobre os recursos
que desaparecem provocados pela corrupção. A cidade fala sobre a necessidade de
uma abertura ao novo que esteja atento e tenha atitude para mudar isso. A
cidade fala aos seus políticos sobre a necessidade de compromisso ético,
transparência e de ausculta também às vozes juvenis com seus sonhos e atitudes,
comprovados recentemente como solidários e transformadores, além do que a grande
maioria imaginara.
A cidade fala sobre a
desigualdade. A cidade fala sobre a incoerente preservação da miséria. A cidade
fala sobre as reações
de seu organismo adoentado por nossas atitudes, sobre as manchas em sua pele e
máculas em seu organismo. A cidade fala sobre sua cura: a necessidade dos seres
humanos, citadinos, de contribuírem para garantir o desempenho e o bom estado
das condições fundamentais e inerentes ao existir de movimentos orgânicos por
vida digna.
Nós educadores e educandos da
Rede Pública, coordenadores pedagógicos, gestores de escolas, diretores de
educação, educadores, coordenadores, educadores e jovens de ONGs, moradores do
Jd Lapenna, Coletivos Juvenis, professores de São Miguel Paulista que produzem
esse jornal, queremos, com nossas atitudes, trazer esperança e mudança para
essa cidade.
Nascido nas rodas com crianças. Jovens,
Educadores, Educandos, Moradores e Coletivos
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