sábado, 12 de outubro de 2013


Resliência, dicotomia e o direito de refazer a cidade

Vale a pena lutar pelo direito à cidade e em suas bordas e periferias é reconhecidamente uma grande contribuição para a resiliência comunitária, atentar-se para as manifestações de dádiva, evidenciar e trazer aos olhos dessa cidade construída na tentativa desesperada de absorver o que o capital criou, as manifestações de dádiva.
Em todos os cantos, lugares e pontos periféricos, em meio até mesmo ao “controle social” exercido pelas organizações que atuam e se beneficiam do crime e do ilícito, existem motivações que perpassam princípios de coletividade, fundados na religiosidade solidária, na efervescência das tribos juvenis, na educação familiar e mais um desejo de retribuir algo recebido na construção de um contexto extra – perceptivo advindo das manifestações de dádiva.
Um caminho construído numa conjugação de conectividade afetiva, a unir em dinâmicas permutáveis a gratidão, a satisfação em pensar e lutar pelo direito à cidade, muitas vezes sem perceber a participação nessa luta, mais o apontar e propagar das manifestações de solidariedade no cotidiano, o que se configura como uma forma de fazer política, a gerar expectativa de retribuição e reconhecimento, além de questionar sobre a eficácia das políticas públicas existentes, sendo todo esse cenário um excelente objeto de estudo para os estudiosos da sociedade. Pena que nossas universidades estão um tanto quanto distantes da dinâmica real do dia a dia do que foi denominado por elas como subcidadania.
A afetividade vem à tona com a colaboração de reunir olhares e idéias para o contexto do outro, quando são identificados pontos similares e de fortalecimento mútuo de sonhos que se relacionam, ampliando a capacidade resiliente e de solidariedade, numa clara demonstração de solidariedade com o outro, com a localidade e com a cidade.
A sociedade civil, sobretudo o terceiro setor, em busca de sua identidade, enquanto um setor composto de intenções políticas, solidárias, educativas, culturais, econômicas e até caritativas, como também de constante envolvimento com quem convive com a escassez para colaborar no processo de superação das adversidades, das injustiças, das desigualdades e iniqüidades, oscila dicotomicamente, muitas vezes, numa espécie de crise identitária entre arregimentar, reunir e sensibilizar forças institucionais e políticas para enfrentar o modelo de cidade neoliberal que ai está e a produção de conhecimento coletiva voltada à mudança de concepção de cidade, numa intencionalidade e ressignificação que nos permite afirmar, nos momentos de envolvimento e troca com o extrato da subcidadania, que o direito à cidade consiste também no direito de refazer a cidade.  

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