sábado, 18 de janeiro de 2014

Rolezinho na polis  também para beijar e ser notado

Adolescentes das quebradas da cidade provocam com seu rolezinho a reflexão sobre a hibridez público – privada dos espaços. Empresários dos Shopping Cênteres  se reúnem. Antropólogos analisam. Doutores da área do direito analiticamente apontam a limitação do direito tradicional de como e qual lei aplicar, mas a própria lei pune a discriminação verificada até mesmo pelas imagens midiáticas espetacular, entre um salto e outro, uma canção e outra, um beijo e outro,  uma abordagem para averiguação e outra, além de um impedimento e outro
O “rolezinho” serve para beijar, calro que não deixa de ser um político, um ato na polis, da polis, é um recado lúdico – envolvente de uma massa de jovens que ascenderam socialmente, por condições favoráveis de consumo. Mas isso não basta. É um recado de quero mais, estou aqui, curto a vida dessa maneira. Quero estar e levar meus costumes, códigos e linguagens para os espaços privados que tem proposta e formato de espaço público, esses lugares voltados ao encontro lazer – prazer – consumo – entretenimento. 
Estratégias à parte, inusitada ação de ocupação de um espaço também de caráter empresarial, concebido a partir de uma lógica de institucionalidade a apresentar sinais de não saber lidar com intervenções nascidas fora das condições e controle institucional vigente. Claro, esse espaço empresarial, o shopping, por mais aberto e flexível que pareça ser, tem, em seu cerne, resíduos de cultura discriminatória advinda de outros tempos, dos atuais, bem menos, introjetada até mesmo nas atitudes dos integrantes das equipes de segurança institucional – patrimonial, os quais, na sua maioria, já foram jovens da quebrada, e agora “senhores” habitantes da periferia.
 Alguém lembra da constituição que garante o direito de manifestação nos espaços públicos, entendidos como a rua, as praças, as avenidas. Porém, o rolezinho é algo novo, uma provocação que nos faz refletir sobre o público – privado, nas interações e relações voltadas ao reality show,
As imagens e a movimentação televisionada e transmitida para e por todos, na vitrine do território, difundida para o mundo. Território em processo de transformação por conta de um estádio, de um evento internacional, como no caso de Itaquera, Itaquerão, impactos. Por lá tudo passou a valer muito. A exposição das fraturas sociais, quanto a potência, e tantos jovens dessas “peneiras da vida”, similares aos seus ídolos transformam – se também em marcas do direito à cidade, claro, liberdade para circularem e se encontrarem onde quiserem,

Jovens do rolezinho demonstram desejos de se fazerem presentes, reais, dentro do simulacro social, de serem marcas enquanto humanos – urbanos, cada qual com sua portabilidade de sonhos e fetiches,  demonstrando o poder até mesmo de  mobilização, seja para beijar, encontrar, permanecer, ficar, brincar, mesmo que dentro de um movimento lúdico, ou de como se queira denominar, nesses nossos dias de profundas mudanças e de necessidade de, no mínimo, mais relações afetuais  e menos institucionalidades.   

Seja o primeiro a comentar

Postar um comentário

NCC São Miguel no Ar

Galpão de Cultura e Cidadania
Rua Serra da Juruoca, nº112
Jardim Lapenna - São Miguel Paulista
São Paulo - SP
Telefone: (11) 2956 0091
E-mail NCC: projetosmnoar@gmail.com

Fundação Tide Setubal

Rua Jerônimo da Veiga, 164 - 13° andar CEP 04536-000 Itaim Bibi - São Paulo - SP Telefax: (11) 3168 3655
E-mail: fundacao@ftas.org.br

CDC Tide Setubal

Rua Mário Dallari, 170
Jd. São Vicente - São Miguel Paulista
São Paulo - SP
CEP 08021-580 Telefone: (11) 2297 5969

  ©Template Blogger Green by Dicas Blogger.

TOPO