terça-feira, 28 de outubro de 2014

Educar é atinar o sentir e os sentidos da vida

Meu amor me mostrou em prosa
uma semente alada a polenizar flores.
Eólica energia amorosa a soprar
as asas da semente falada
na prosa do meu amor,
a percorrer montanhas,
a plainar nos taludes,
 lumes afagos
da semente
nas flores...

Conjugamos o verbo educar com a consideração da existência de que nossas ações de aprender e ensinar estão em sintonia com o lugar e a constante dinâmica em nossas vidas de rever racionalidades. Assim, não só atinamos o sentido humano da vida, mas o sentir e os sentidos ecossistêmicos da vida.
Nesses cantos do mundo vivemos um paradoxo exatamente no contexto da mundialização, no qual virtudes e valores tendem a perder a sua universalidade, ou seja, nosso dia a dia mostra que a ideia de relatividade de nossos princípios perenes de enfrentar os problemas, as desigualdades e inequidades geradas por condições humanas impostas e legitimadas também por aqueles que mais sofrem, indicam a necessidade de repensar e consequentemente revolucionar áreas de atividades como a política a estética (âmbitos relacional e modus vivendis), o que exige sensibilidade em relação à pluralidade ecológica e, a mais que necessária mudança de mentalidade.
O coração da cultura tornou-se controlado e o preço desse controle é a geração do inculto generalizado, o que provoca um descrédito na política. A educação precisa atinar o sentido humano da vida diante do atitudinal da maioria de só escutar – se a si mesmo.
Será que o sonho que nos venderam da necessidade de pulsões individuais, atreladas à reprodução econômica, não de uma libido de desejos de viver e estar com  o outro finalmente interrompeu nossa forma sensível e civilizatória de construção de uma comunidade, cidade, coletivização de sonhos e equilíbrio na produção de direitos e garantias para um bem viver junto?
Observar que o comportamento dos homens em sociedade, na qual somente se considera as representações imaginárias de uma libido coletiva, altruísmo e solidariedade em tempos catastróficos, não consegue gerar a interrupção simbólica necessária para descontinuar a lógica utilitarista propagada e vendida para crianças, jovens e adultos.

Necessitamos conjugar o verbo educar com uma mais que perfeita revelação. A revelação de que a nossa existência, nossa força com a nossa impulsão e retenção é o que faz existir o mundo político, o mundo jurídico e o mundo social e, por esse motivo, estes são essencialmente mundos míticos, como aponta Paul Valéry que acrescenta: tanto essa existência quanto esta ação são tanto mais potentes quanto ignoramos que elas vêm de nós. 

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