domingo, 3 de maio de 2015
Pensar num território educador
A
complexidade e complexificação da sociedade humana
tem
requerido conhecimentos teóricos e práticos
cada
vez mais abrangentes para subsidiar ações
em
prol da sustentabilidade social
e da
melhoria da qualidade de vida
Lia Sanicola
O lócus do conhecimento e do sentido
do território, intrínseco estará compreendido quando interpenetrado nas
interculturalidades de cada bairro, cada vila, numa extensão, exteriorização de
um pensamento educador que converge mudanças, identificado com a diversidade de
cada localidade, implicando um código aberto, colaborativo e participativo.
Um território educador concebe também
os esforços alinhados às demais ações educadoras, advindas além da escola, do
que se convencionou chamar de educação não – formal, mais o caráter informal
que demanda da experiência de cada ser humano, sejam crianças, jovens ou adultos
no espaço – território em que aprendem, ensinam, interveem, tanto com a
espontaneidade advinda da relação com os pontos percorridos presencialmente ou
os revelados na ubiquidade propiciada pelas linguagens e tecnologias de olhar,
cartografar, brincar, habitar e se relacionar a gerar uma perspectiva nos espaços
educativos, culturais e de convivência de conexão com todos os elementos simbólicos,
afetivos, econômicos e políticos.
Os elementos ecossistêmicos
constituintes de um território - educador substancializam as condições em que
os direitos sociais são produzidos e garantidos. São frutos de necessidades
ideológicas, econômicas, subjetivas que definem também o pensamento
ressignificado de uma escola pública democrática e suas interações com os
lugares do espaço - território, seus atores e seres não só humanos, a provocar
essencialidades de uma educação para o desenvolvimento integral do ser, a
exigir, para tanto, uma gestão pública com dinâmica intersetorial e conectiva,
a compor uma foz de um rio a contribuir para alimentar um delta de desenvolvimento comunitário que
perpassa um pensamento complexo de constituição de uma cidade integrada a
fomentar políticas e agentes de desenvolvimento local.
Pensar em um território - educador implica pensar
em intersetorialidade. Implica pensar em recursos advindos de redes que se
desenham num rizoma socioeducativocultural, como contextualiza Lia Sanicola Assistente Social, Especialista em Rede Social pela Universidade de
Paris,), da rede primária do
indivíduo (família, vizinhos, amigos, trabalho) como na rede secundária
(escola, serviços de saúde, Igreja, ONG´s e todas outras instituições,
organizações de mercado e de terceiro setor que participam da vida do sujeito).
Cada nó da rede possui uma estrutura e uma função própria, influenciando-se
mutuamente.
Nasce mais uma criança, como agora
nesse instante. A princípio só uma criança. Nasce e habita esse território, esse
pedaço de planeta. Tornar-se-á em breve, assim é nossa expectativa, um sujeito
de direitos, porém ela depende das condições materiais, educacionais e culturais em que produzimos todos os seus
direitos.
Por exemplo: o direito à educação não
pode ser isolado das formas concretas que reproduzem os direitos humanos de
sujeitos concretos. Isso muda radicalmente não só a função social da escola, mas
de todos os pontos e ações colaborativas de uma teia voltada para construção de
um território - educador, o que demanda também intervenção e proteção social,
além de conexão atitudinal integrada, para dar conta até da sobrevivência dessa
criança que nasceu nesse instante e de tantas outras crianças.
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