terça-feira, 28 de julho de 2015


Para gente educar na cidade...
              

..Mais do que uma descontinuidade simbólica, precisamos provocar uma descontinuidade sígnica, pois nossa produção de subjetividades passou a retroalimentar as dinâmicas de viver juntos com uma regência social configurada na homogeneidade, a desconsiderar as diversidades e singularidades, numa lógica capitalista, a vitimar e não reconhecer culturalidades e realidades múltiplas, admitindo somente a existência de uma realidade.
Diante dessa constatação e sentimentos sobre a  vida na cidade, e em cada localidade, principalmente nas bordas da cidade, devemos, como educadores – cidadãos, olhar para a pluralidade cidadã  e para multi - personificação das crianças, adolescentes e jovens, na relação orgânica que tem com o lugar onde vivem, deslocam-se, divertem-se, entristecem-se, alegram-se, vulnerabilizam-se, reagem, pois além de crianças, jovens e adultos são também público da  UBS, da creche, do CCA, do CCJ, são a razão da Rede de Proteção Social, ocupam o espaço público, são também produtores de significados do que é viver na cidade e também são educandos.
Perceber que esses meninos, meninas, garotos e garotas são atingidos pelo descompasso social e que são criadores e produtores de realidades múltiplas, aliás, isso deve ser nosso objeto de estudo e atuação, porém essa criação é frequentemente desconsiderada quando se pensa em políticas públicas, sendo que precisamos educar no sentido de fazer germinar a participação e a autoria.
Isso nos leva a admitir a necessidade do que passamos a chamar de letramento político, uma educação política que perpasse a multidimensionalidade do ser, o que requer pensar em estratégias e admitir que a educação não se dá forma natural, ela é racional e considerar a sustentabilidade como inerente aos seus processos e itinerários.
Quando pensamos numa educação na multidimensionalidade do ser, ou seja, nas experiências, significados, autoria e intervenções sociais dessas crianças, adolescentes e jovens, precisamos estimular o sentir e o ressignificar das dimensões lúdico – afetiva, orgânica em relação ao lugar onde vivem e estudam, geográfica e política e, por meio da “percorrida” pelos ciclos de aprender e ensinar e intervir, contribuir assim  para garantia e produção de direitos, para essas crianças, jovens e adolescentes.
Assim, como um rio, eles se tornam sujeitos na foz da dimensão histórica, a qual tem sua nascente e permanência na dimensão lúdico – afetiva, seu leito na dimensão do saber orgânico e político, com afluentes compostos pelas políticas públicas voltadas para a correção de dívidas sociais e inequidades, com a devida atenção para a permanência em suas vidas do lúdico – afetivo, componente da ambiência de cooperação e solidariedade, isso colabora para o equilíbrio entre os desejos e a institucionalidade, o existente e o transformador desse existir, viver e educar na cidade.      

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